De uns cinco anos pra cá, o kitsch se tornou um hit nos ambientes criados por mim para meus clientes mais descolados. Associado à cultura de massa, esse termo de origem alemã, é usado para categorizar objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, considerados inferiores e menos elaborados do que suas cópias existentes. Na decoração, o estilo kitsch pode estar bem representado por flores artificiais, bibelôs, jarras e copos de plástico, assim como os fakes de pele de onça, estampas e crochês que remetem à casa da vovó, ou aquele pano de prato pintado à mão.

Em alguns projetos, costumo inserir elementos kitsch para dar um ar irreverente e inusitado à casa do morador. Vejam algumas pitadas nos projetos abaixo:

Repare nos galos na parede, no porquinho dourado e no flamingo :-O

 

Sala de estar com criado-mudo em forma de garçom 🙂

Piso de carpete vermelho e cadeiras estilo Luis XV coloridas
Papel de parede que parece papel de presente, quadro da Santa Ceia e cadeiras douradas
Poltrona de balanço no living

Vamos saber um pouco sobre os princípios da estética Kitsch?

Princípio de Inadequação: É caracterizado por um desvio de relação entre a forma e a função do objeto. Pode ser em tamanho (abridores de garrafa gigantes), falsificação de materiais (flores de plástico), estilos/contextos (anjos barrocos de gesso, para estantes) figurações em objetos utilitários (pêra de cristal, como baleiro).

Principio de Acumulação: Objetos diversos sem um sentido, que possuem valor emocional e de baixo custo, que vão sendo acumulados sem uma unidade de adequação. (enfeites de geladeira, cerâmicas, bibelôs).

Percepção Sinestésica: O maior uso dos sentidos para impressionar o espectador, imagem, som, aromas (cartões de namorados perfumados, caixinha de música com bailarina etc.).

 Principio de Mediocridade: Com tantos artifícios, inadequação, acumulação, percepção sinestésica, o kitsch chega próximo do vulgar, mas essa mediocridade facilita a absorção do consumidor. Nada é feio ou belo, e se fossem, fugiriam do intuito do kitsch.

Principio de Conforto: O que não cria problemas agrada; enche a vida da sociedade de consumo de sensações, emoções e pequenos prazeres (objetos cotidianos).

O kitsch está em todas as classes sociais; é um elemento de nivelação social e histórico, consumido indiscriminadamente por todos. Independente das diferentes possibilidades de status que o objeto kitsch possa suscitar, agrupa-se em categorias: religioso (terços saturados de imagens), sexual (calendários e canetas com mulheres nuas), exótico (paisagens havaianas ou indianas de fundo), doce (anões de jardim), amargo (cobras, esqueletos de plástico fluorescentes), político (insígnia de partidos políticos em chaveiros) e também as combinações entre estas.

Basicamente, o kitsch é a materialização da falta de estilo, normalmente associada ao brega e ao mau gosto. Ele está em todas as áreas do mundo civilizado, das artes aos meios de comunicação. E está longe de se restringir a objetos baratos e populares. O kitsch tem alguns princípios que o tornam facilmente identificável.

Mas também se podem reconhecer traços do kitsch por outras características marcantes: 

Linhas: são sempre curvas e complexas; as superfícies são exaustivamente adornadas (atulhamento total, não há espaços vazios).
Cores: são vivas e contrastantes, normalmente em tons degradês e com efeitos especiais, sombras, texturas e relevos (o pôr-do-sol em ilustrações é um ícone kitsch).

Materiais: imitam outros materiais (fórmicas que imitam madeira, plásticos que imitam metal, pedras que imitam diamantes, pinturas que imitam material envelhecido, acrílico que imita vidro).
Dimensões: as dimensões são sempre exageradas (miniaturas de monumentos, insetos gigantes, maquetes usadas como enfeite, objetos de Itu).

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Ai meu pai… Depois de analisar esse tal de kitsch assim, tintim por tintim, eu chego a conclusão que sou kitsch mesmo… com tudo que tenho direito! Ser Kitsch na decoração (e até mesmo na vida, porque não?) é ser eclético, atual, único e feliz. Quer coisa melhor do que isso?

Quer ver amostras bem bacanas dessa estética? Entre aqui e aqui.  E você? Tem algum objeto em casa que se encaixa nessa salada-kitsch toda? Conta ai vai!

  
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Bem-vindos de volta meus queridos! Começa hoje a Temporada 2012 do meu, do seu, do nosso, Decorviva. E nada melhor do que começar o ano com o Pé Direito Duplo, né? 🙂 Vamos que vamos! Beijos mil, Vivi.

  1. Valeu Pedrão querido! Mais uma vez você me alegra com seus comentários e coloca lá em cima! PRECISO de você sempre aqui viu? Meu leitor querido do coração! Mil beijos pra você e um 2012 lindo pra gente, Vivi.

  2. Seu estilo é ÚNICO com certeza e aí é que está o barato todo , pra vc essa brincadeira , que a gente sente que se diverte trabalhando … está em vc , dom sabe ! Um talento nato mesmo e que se difere do kitsch por que fica bonito sem agredir visualmente , mas com elementos que se complementam sem ficar brega , ousando e fazendo composições antes não pensadas … Parabéns e se resolver fazer novas experiências em 2012 e abrir seu muito criativo para curiosos , adoro , sempre afim de aprender ! beijo e mais sucesso … Fernanda Buaiz

  3. PedroPauloBarbozaLage says:

    Vivi, primeiro post de 2012 sensacional. Agora as pessoas que não ligam para padrão de decoração, que decoram com o que elas se sentem confortáveis ja podem das um nome ao seu estilo Kitsch. Adorei também a nova decoração do blog, criou um contraste com o colorido das fotos, está bem Kitsch hahah. Adoro essa autenticidade do seu blog, sempre nos surpreendendo, e NUNCA caindo na mesmice. Ah e o garçom é iradissimo hahah, adoro esses elementos que lembram bar. Bom é isso aí 2012 ja começou bem.

    Beijão

  4. Entao, tudo a ver esse seu post ai. Nao sabia de nada disso, e me sinto muito Kitsch nesse momento. Sabia q meu desejo pela jarra de abacaxi era muuuuito muderno. E o garçon? Morri.

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