Confesso, sou criança de apartamento! 
Nasci e fui criada em um, então dá para concluir que nunca fui muito de subir em árvores ou brincar na terra. Fui mais de brincar de casinha, estátua, pique e suas variantes, passa anel e salada mista (ui!) no play do prédio com meus vizinhos (também crianças de apartamento como eu, obviamente). Enfim, qualquer atividade que não precisasse de muito espaço, afinal nosso território era bem limitado. Claro que apesar da minha pouca aptidão para árvores como eu confessei acima, por outro lado, eu aprendi a lidar bem com pessoas e posso dizer, dou o devido crédito da minha habilidade social ao fato de eu ter sempre morado em condomínio.

Foto da minha desenvoltura subindo em árvores kkkk
Quando se mora em condomínio convivendo com diversas pessoas (Lê-se, diversas personalidades) se aprende algumas lições, principalmente quando se trata de respeitar o espaço alheio. No quesito paciência e jogo de cintura, não dá para esquecer-se daquela vizinha que te aluga no elevador para falar sobre os últimos acontecimentos da novela, o vizinho fanático por futebol que grita o nome do time na janela a cada gol, a festinha infantil que bota pra tocar (em alto e bom som) a coleção completa “para baixinhos”, a vizinha-problema que a cada semana diz que vai colocar alguém na justiça e por aí vai…
Às vezes só o fato de saber que tem pessoas por perto já conforta.
É claro que aprendemos (ou nos esforçamos) a também não sermos um pé no saco para quem convive próximo. Morar em condomínio te mostra (ás vezes de maneiras não muito agradáveis) que seu espaço não pode invadir o espaço do outro e que sua diversão não deve incomodar o “amiguinho do lado”.
Vivendo e aprendendo que nem todos gostam de The Doors à 1h da manhã.
É claro que também existiram as histórias engraçadas: dormir no corredor por ter esquecido de levar a chave pra noitada, lembrar do vizinho com pinta de durão que cantava fininho e aos berros no chuveiro… Minha vida, apesar de acontecer longe de um grande quintal, sempre foi repleta de boas lembranças e de pessoas que se tornaram bons amigos.

Hoje em dia estou vivenciando um momento muito mais participativo nas questões de um condomínio, exercendo a função de subsíndica. Mesmo com todas as responsabilidades do cargo, busco sempre reviver, agora por uma perspectiva “adulta”, todas as lembranças e boas histórias de se viver em “comunidade”. Então, espero que essa coluna seja um espaço onde experiências, dicas e “causos” possam ser compartilhados e desfrutados, até por que, quem foi que disse que a vida em condomínio também não pode ser boa? 🙂

  1. Cansei da vida em condomínio… Morei 27 anos da minha vida em prédio, e juro que estava farta do povo sem noção. Mudei-me para uma casa 🙂 AMO!!!
    Mas tem os inconvenientes também: minha casa já foi roubada duas vezes e, quando os vizinhos insistem em transformar a rua toda em uma balada (invariavelmente ao som de coisas toscas – Mozart NUNCA!), não tenho um síndico a quem recorrer…
    Mas, entre os prós e contras, ainda prefiro a casa 🙂 🙂

    Bjo, Vivi!

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